Cidades Inteligentes: O Que Significa o Conceito

Cidades Inteligentes: O Que Significa o Conceito

25/05/2022

Se pararmos para pensar na forma como as cidades eram desenvolvidas no passado, com poucos exemplos, conseguimos entender como o crescimento desenfreado, a falta de visão no microambiente e a escassez de um planejamento de desenvolvimento inviabilizaram um progresso paralelo de qualidade de vida aos seus habitantes.

Em outras palavras, as cidades acabam crescendo sem planejamento urbano e as pessoas que vivem nela sofrem as consequências disso, diretamente no seu cotidiano, seja com trânsito, inflação, problemas sociais, ambientais, de violência, saúde, dentre outras dificuldades.

Surgem então as cidades inteligentes. Vamos entender as suas principais características e o que as torna “inteligentes”, além de conferir exemplos no Brasil e no mundo.

O que é uma cidade inteligente?

Uma cidade inteligente é um conceito em que o desenvolvimento da mesma colabora com a vivência dos seus habitantes, oferecendo soluções baseadas em avanços tecnológicos para resolver os problemas do cotidiano, em meio ao crescimento da população e das consequentes dificuldades geradas por conta disso.

Também chamadas de “Smart Cities”, o conceito é definido por fatores que não são uma unanimidade dentre os especialistas do ramo. Ou seja, existem cidades menos conectadas — e, consequentemente, “menos inteligentes” — do que outras, mas, ainda assim, consideradas cidades inteligentes.

O que torna uma cidade inteligente?

Para que uma cidade possa ser de fato considerada “inteligente”, existe uma série de fatores e recursos que precisam estar em pleno funcionamento na administração municipal. Dentre os mais importantes, estão:

Economia Compartilhada:

Apesar de polêmica, e “uberização” das coisas tem tornado as cidades muito mais conectadas, práticas e dinâmicas. Aplicativos de corrida são o principal exemplo deste fator, mas atualmente existem inúmeras outras aplicações do mesmo modelo de negócio, como espaços de co-working, lavanderias compartilhadas, aluguel de serviços gerais, e muito mais.

Trânsito Inteligente:

Se os carros de aplicativos tornam a locomoção mais inteligente, as vias da cidade também podem ser. Com iluminações automáticas, ruas planejadas, sinalizações eletrônicas, e outros avanços tecnológicos implementados por toda a cidade, o trânsito e todos os seus usuários — como motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres —
podem ser altamente beneficiados.

Internet das Coisas (Internet of Things, IoT):

A Internet das Coisas é um termo que define todas as conexões de automações que temos em casa, desde smartphones, smartwatches, aspiradores robôs e smart TVs até geladeiras que acessam internet, interruptores e lâmpadas inteligentes, e janelas automatizadas.

Todas essas conexões criam verdadeiros lares inteligentes, com dispositivos que se comunicam entre si e trocam informações através da internet — são casas inteligentes com a Internet das Coisas aplicada em seus aparelhos, trazendo muito mais praticidade e conveniência para a vida dos seus respectivos moradores.

Planejamento Urbano:

Apesar da existência do fator tecnológico nos outros três itens mencionados acima, este pode ser o mais destoante em relação ao modo que as cidades eram desenvolvidas no passado. Isso porque hoje em dia pensa-se muito no uso consciente da água, no descarte inteligente de lixo, na preservação do meio ambiente, da fauna e flora local, dentre outras questões socioambientais, essenciais para qualquer empreendimento nos dias de hoje — coisa que, antigamente, era dificilmente levado em consideração ao subir assombrosas edificações ou desmatar áreas para o loteamento de construções desenfreadas.

Exemplos de cidades inteligentes no mundo

Diante deste cenário de cidades inteligentes, conforme mencionado, naturalmente existem cidades muito mais conectadas do que outras. Confira abaixo cinco exemplos de cidades inteligentes pelo mundo afora e o que se destaca em cada uma delas em relação às conexões e automações que cada uma oferece dentro dos seus perímetros:

  1. Londres (Inglaterra/Reino Unido): destaca-se na capital britânica o altíssimo investimento em escolas de negócio e universidades de qualidade, além do projeto de crescimento do transporte público, com expansão de novas linhas de trem e estações por toda a cidade;
  2. Nova York (EUA): a Grande Maçã possui redes de Wi-Fi gratuitas e de alta qualidade por toda a cidade. Ademais, a cidade lidera quesitos de economia, tecnologia, planejamento e mobilidade urbana;?
  3. Amsterdã (Holanda): com mais de 90% da população utilizando bicicleta como meio de transporte, explica se a sua menção nesta lista. A bela cidade holandesa também possui altíssimos índices em relação à produção de energia renovável;
  4. Paris (França): a capital francesa beneficia-se da Internet das Coisas para automatizar o fluxo das vias, além de contar com um transporte limpo, incluindo veículos elétricos e bicicletas;
  5. Reykjavík (Islândia): destaca-se na capital islandesa que mais de 80% da produção total de energia da cidade provém de energia hidrelétrica e geotérmica, o que significa que as suas construções tornam-se ecos sustentáveis.

Exemplos de cidades inteligentes no Brasil

Ao analisarmos as cidades inteligentes que temos no Brasil, é importante lembrar a questão da disparidade entre os níveis de aplicação de conexões e automações nos municípios brasileiras em relação aos mencionados pelo mundo afora. Com isto em mente, destacam-se as seguinte cinco cidades inteligentes brasileiras:

  1. Curitiba (PR): a “capital ecológica” enquadra-se dentre as 21 melhores cidades inteligentes do mundo, por conta principalmente do transporte público, com uma vasta frota de veículos híbridos, ou seja, movidos tanto por biocombustível, como por eletricidade;
  2. São Paulo (SP): enquanto a cobertura de rede 4G atinge 99,8% da população, a velocidade média da banda larga na capital paulista é de 93,7 Mbps. A cidade também conta com uma série de semáforos inteligentes, mais de 650 km de ciclovia, além de sistemas tecnológicos de pagamento no transporte público, seja via aplicativo ou por Pix;
  3. Salvador (BA): além de também contar com um app para o transporte coletivo de passageiros, a capital baiana investe em Internet das Coisas para o controle da iluminação em vias públicas, além de outras tecnologias que visam melhorar a mobilidade urbana;
  4. Vitória (ES): a capital capixaba apresenta um índice de 100% da coleta de resíduos sólidos, além de monitoramento inteligente das áreas de risco.
  5. Brasília (DF): a cidade planejada também se trata de uma cidade inteligente. Destacam-se três polos tecnológicos, quatro incubadoras de empresas, além de mais de 580 km de ciclovia — em expansão para atingir a marca de 600 km.
No Comments

Post A Comment